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  • Homem Ateia Fogo Em Mulher Trans; Veja O Vídeo


  • Beatriz fazia programa quando foi surpreendida pela atitude do rapaz

No último sábado à noite, uma mulher trans conhecida por Beatriz Sttefany Vilella Vicente (18), foi vítima de um ataque violento enquanto trabalhava como garota de programa próximo à Avenida Brasil, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Um homem, que estava no banco do carona de um veículo, ateou fogo em Beatriz, mas felizmente sua pele não foi atingida.

“Primeiro, esses homens passaram e mexeram com a gente, falando um monte de coisa. Chamam a gente de viado, de homem, (com) preconceito. A gente respondeu, foi quando eles saíram "voados". Na segunda vez que passaram por nós, só estávamos eu e minha amiga. Quando olhei, eles já pegaram o isqueiro e o desodorante para tacar em mim — resume Beatriz, que é uma mulher trans

Ela também afirmou que irá a uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência.


As imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o carro diminuindo a velocidade ao lado de Beatriz e outra garota de programa. 

O homem no banco do carona utiliza uma embalagem aerossol para criar uma chama que atinge Beatriz diretamente. Após o ataque, os homens dentro do veículo são vistos rindo no vídeo. 

Ela relatou que não conhecia as pessoas dentro do carro e que o incidente ocorreu por volta das 23h. 

Beatriz conseguiu abafar o fogo em seu cabelo, que era de biofibra, e posteriormente teve que retirá-lo completamente. 

Apesar do susto, ela não precisou ser hospitalizada. Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, Beatriz expressou seu receio e medo de trabalhar nessa profissão, devido à presença de pessoas irresponsáveis e perigosas.

O País Que Mais Mata Pessoas Trans 

Brasil é o país que mais mata pessoas trans pelo 14º ano consecutivo — Imagem: reprodução

Felizmente Beatriz não teve graves sequelas após o ocorrido, visto que o Brasil mantém o triste título de país com o maior número de assassinatos de pessoas trans e travestis no mundo, pelo 14º ano consecutivo.

De acordo com o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras, elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o México e os Estados Unidos ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

No ano de 2022, foram registrados 131 assassinatos de pessoas trans e travestis no país. Além disso, outras 20 pessoas tiraram suas próprias vidas devido à discriminação e ao preconceito.

Esses dados foram divulgados em um documento durante uma cerimônia no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Entre as vítimas de assassinato deste ano, 130 eram mulheres trans e travestis, e uma era um homem trans. A pessoa mais jovem a ser assassinada tinha apenas 15 anos. É alarmante que quase 90% das vítimas tinham entre 15 e 40 anos. Fonte: Agência Brasil